sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre a Lotus, Bahar, Fernandes e o mundo dos negócios


Após o anúncio do negócio entre o Group Lotus e a Renault, criou-se uma enorme guerra de ataques entre o pessoal de Dany Bahar, da Lotus Cars, e de Tony Fernandes, da Lotus Racing.

O confronto, claramente impulsionado pela mídia pela falta de notícias da silly season, ganha ares mais dramáticos a cada dia. Hoje, pode-se ver uma divisão de grupos, principalmente entre jornalistas: existem os pró-Fernandes e os pró-Bahar.

O que deveria ser apenas uma disputa judicial – e comercial – acabou ganhando ares mais sérios. Boa parte da mídia critica Bahar por supostamente reivindicar o legado do “Team Lotus”, de Colin Chapman.

Já a mídia britânica, em especial, demonstra certa compreensão com a intenção de Dany Bahar, o que muitos acusam de ser uma espécie de “camaradagem” após um jantar pago para alguns jornalistas. Outros, mais radicais, acusam tais jornalistas até de terem recebido outros $benefícios$.

Enfim, o que era para ser uma disputa entre Fernandes e Bahar, transformou-se numa guerra midiática. Os ditos pró-Fernandes ativaram suas bolas de cristal para prever o triste fim da Lotus Renault GP em, no máximo, dois anos. E quem é pró-Bahar critica a maneira como Tony Fernandes conduz o caso.

O que muita gente não percebe é que os dois estão errados e certos, ao mesmo tempo. Não existem culpados nessa história, tampouco vítimas. Trata-se apenas de negócios.
Tony Fernandes é um dos maiores gênios dos negócios atualmente. E é realmente emocionante ver a empolgação do malaio na tentativa de começar uma equipe do zero, como Chapman, e torná-la vitoriosa.

Mas Dany Bahar também é esperto e ninguém pode ser incriminado por isso. Quando percebeu o bom negócio que a F1 podia ser, decidiu entrar no jogo e lançar o seu próprio time. Se ofereceu alguma proposta ao Tony Fernandes ou não, pouco importa. Como presidente de uma empresa, ele tem autonomia para traçar a estratégia que julga ser mais adequada aos seus negócios. E abrir mão de utilizar o nome da própria empresa, porque um empresário o fez antes seria burrice.

No fundo, trata-se de uma guerra e, como tal, deixará feridos. Mas os mesmos que criticam Bahar hoje já haviam feito o mesmo com Fernandes no início do ano, sem dar chances para o malaio mostrar seus interesses.

No final das contas, ambos os empresários são empresários com interesses próprios e sabem que terão de ceder em alguns pontos. É assim que funciona no mundo dos negócios. Não importa o quanto os torcedores de Fernandes e Bahar se agridam verbalmente. Isso faz parte do jogo.

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